Inteligência Espiritual

Inteligência Espiritual

Estamos passando por uma crise sem precedentes, dolorosa, angustiante, que nos tirou o chão, as referências e o mínimo de previsibilidade. A História nos mostra que novas descobertas, ideias e maneiras de viver surgem após cenários catastróficos. Pelo jeito, não é mesmo clichê a frase: crises sempre trazem novas oportunidades. Verdadeiramente acredito que conseguiremos usar nossa inteligência, força, solidariedade, foco, fé e empatia para superar este momento tão difícil.  

No meu post anterior, “Emoção e Sentimentos não são sinônimos”, comentei que escreveria sobre Inteligência Emocional, pois é um encadeamento lógico e muito pertinente para o momento tão ímpar e desafiador que estamos vivendo. Acabei mudando um pouco minha ideia inicial, após começar a ler o livro: QS: Inteligência espiritual – Danah Zohar e Ian Marshall. Ela é uma filosofa e física americana que aborda um outro tipo de Inteligência, a Inteligência Espiritual.

Eles pesquisam a ideia de que além da Inteligência Intelectual (QI) e Inteligência Emocional (QE), é imprescindível o desenvolvimento de uma terceira inteligência, a Inteligência Espiritual (QS), “spiritual quocient”.

Para ela, Inteligência não é só QI, não é só a mente. QI resolve problemas racionais e lógicos, mas também cria problemas que não consegue resolver e que danificam o mundo e a Inteligência Emocional fala das emoções, do que os outros sentem, do que sentimos e de como devemos agir. A Inteligência Espiritual fala da alma e não está relacionado à religião.  

O Quociente Espiritual (QS) refere-se ao que somos, aos nossos valores, nossos significados, às coisas que fazem a vida ter sentido, propósito. É uma terceira inteligência, que norteará nossa vida para um contexto mais amplo e rico de sentido, valor e finalidade. O Quociente Espiritual (QS) aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos. É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que abordamos e solucionamos problemas de sentido e valor. O QS está ligado à necessidade humana de ter propósito na vida. É ele que usamos para desenvolver valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações.

Em seu livro, cita que neurobiologistas descobriram um ponto localizado nos lóbulos temporais do cérebro, que foi chamado de “ponto do divino”, ou “ponto de Deus”. É uma área ligada à experiência espiritual. Essa consciência possui sua base biológica nos neurônios. Descobriu-se que todos os neurônios implicados em uma experiência consciente oscilam coerentemente a 40 hertz. Observou-se que sempre que se abordam temas, valores que se referem a um sentido profundo e sincero das coisas, produz-se excitação que vai muito além dos normais 40 hertz.

Sem dúvida, para mim, a busca de sentido e propósito é a principal motivação para seguirmos em frente e termos a certeza que a nossa vida não nos parece vazia. Acredito, portanto que para sobrevivermos a esta nova era, será vital desenvolvermos nosso Quociente Espiritual.

Abaixo reuni alguns princípios da Inteligência Espiritual que Danah trabalha:

1. Ter pensamentos positivos, sempre. Não pensar como vítima das circunstâncias

2.  Saber quem você é. O que te faz levantar de manhã? Para que você vive? Pelo que daria sua vida?

3. Ter humildade. É saber que o que fazemos faz parte de um sistema, e que precisamos prestar atenção aos outros.

4. Viver a compaixão. A origem dessa palavra significa “sentir com”. Sentir a dor do outro como se fosse a sua dor.

5. Rever seus valores. É preciso pensar menos no “eu”, “em mim” e mais em “nós”, “nos nossos”. “Pergunte a você mesmo qual é o melhor que você pode dar.”

6. Viver o presente. Tirar o peso do passado e das preocupações – e viver o agora!

7. Perceber a conexão com o outro. O jeito que vivo minha vida afeta a vida do outro. “Se me sinto negativo, espalho essa negatividade para minhas relações, minha comunidade. Mas se me sinto esperançosa e que posso fazer melhor, espalho essa atitude para as outras pessoas”.

8. Responder uma questão fundamental: sempre perguntar por quê! Nós nos fechamos à verdade se não questionamos.

9. Mudar a sua mente, seus paradigmas, e colocar seus pontos de vista sob uma nova perspectiva.

10. Valorizar seus princípios, mesmo que sejam impopulares. Entretanto, não seja arrogante de que está certo, mas questione-se. Escute os outros, mas veja o que você quer acreditar, para o que você quer lutar.

11. Celebrar a diversidade: construir um pensamento do que significa a diferença para você, e o que ela tem a te ensinar.

12. Descobrir a sua vocação, o seu propósito de vida e em como você pode fazer a diferença. Você não precisa ser o Gandhi ou o Barack Obama.

Enfim, precisamos recapturar nossos valores e propósito e acredito que esta é a inteligência que precisamos hoje!

Bibliografia

 ZOHAR, Danah, MARSHALL, Ian – QS: Inteligência espiritual

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